segunda-feira, 2 de outubro de 2017

MATO GROSSO DO SUL: Migração e Imigração

O crescimento do sul de Mato Grosso nas primeiras décadas do século XX se deu pela implantação da ferrovia que facilitou o intercâmbio com outras cidades do Brasil. Pessoas e mercadorias circularam mais intensamente dinamizando a vida das localidades por onde os trilhos passavam. A ferrovia foi construída para o Oeste sob a alegação da guarnição das fronteiras internacionais com Bolívia e Paraguai.
A construção da ferrovia teve duas forças de trabalho: uma iniciada em Bauru e outra em Corumbá com um grande número de trabalhadores, onde muitos deles acabaram ficando na cidade.
Os japoneses atuaram na construção da ferrovia tendo a opção de permanecer no local, dando um grande passo para a colonização no sul de Mato Grosso. O grupo de japoneses que chega com os trilhos são oriundos, na maioria, da ilha de Okinawa, ao sul do Japão. Tem como característica o tom da pele mais escuro e elementos culturais específicos. A obra foi concluída em 1.914.
A formação das cidades na capitania de Mato Grosso, depois, província, teve como estímulo: a descoberta do ouro e a defesa territorial. Já no atual Mato Grosso do Sul, onde não há a ocorrência de jazidas auríferas, a ocupação foi realizada devido a interesses estratégico militares.
A consolidação da região, de forma articulada, a uma base econômica expressiva aconteceu após a Guerra do Paraguai em função da erva-mate e da dinamização da pecuária tradicional.
Presente em Mato Grosso do Sul desde o primórdio, a migração das mais diversas regiões do país contribuiu para o seu desenvolvimento e com as características culturais do povo deste Estado.
Os mineiros vindos da região de Uberaba chegaram ao Estado em busca de negócios, pois, eles tinham papel importante com a atividade da pecuária, além de ter familiaridade em semear povoados e interesses comerciais.
Em Paranaíba, cujos domínios se estendiam até o Rio Paraná, foi freqüente a presença de paulistas especialmente os da Vila Franca de Imperador e Botucatu.
Pela fronteira paraguaia, chegaram ao sul de Mato Grosso, na década de 1.890, os gaúchos que se refugiaram das turbulências políticas que aconteciam no Rio Grande do Sul.
O surgimento dos mascates, que garantia a distribuição de mercadorias promovendo o comércio, abriu portas para os imigrantes que chegavam descapitalizados, em busca de oportunidades. Em Corumbá, vieram muitos turcos, sírios e libaneses que consolidaram negócios na região.
Com o tempo a base comercial, outrora sediada em Corumbá, transfere-se aos poucos para a capital, Campo Grande, com contribuição da visão estratégica dos árabes.
No censo demográfico de 1.920, os estrangeiros representavam apenas 9,12% da população, entretanto, eles contribuíram para uma influência decisiva na vida das cidades do Estado. Os japoneses porque participavam da construção da ferrovia, fatos primordiais da identidade campograndense e os árabes porque lhe agregaram uma nova função, que passa a ser um de seus traços, o de centro do comércio regional.
A estes seguem os portugueses, italianos e espanhóis que vieram em busca de oportunidades. Chegam também os armênios e palestinos, além de paraguaios e bolivianos que, dada a proximidade com seus países de origem, tinham aqui uma oportunidade para emigrar. Cada grupo contribuindo do seu jeito com suas características para a diversidade e riqueza cultural do Estado de Mato Grosso do Sul.

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