O crescimento do sul de Mato Grosso nas primeiras décadas do
século XX se deu pela implantação da ferrovia que facilitou o intercâmbio com
outras cidades do Brasil. Pessoas e mercadorias circularam mais intensamente
dinamizando a vida das localidades por onde os trilhos passavam. A ferrovia foi
construída para o Oeste sob a alegação da guarnição das fronteiras
internacionais com Bolívia e Paraguai.
A construção da
ferrovia teve duas forças de trabalho: uma iniciada em Bauru e outra em Corumbá
com um grande número de trabalhadores, onde muitos deles acabaram ficando na
cidade.
Os japoneses
atuaram na construção da ferrovia tendo a opção de permanecer no local, dando
um grande passo para a colonização no sul de Mato Grosso. O grupo de japoneses
que chega com os trilhos são oriundos, na maioria, da ilha de Okinawa, ao sul
do Japão. Tem como característica o tom da pele mais escuro e elementos
culturais específicos. A obra foi concluída em 1.914.
A formação das
cidades na capitania de Mato Grosso, depois, província, teve como estímulo: a
descoberta do ouro e a defesa territorial. Já no atual Mato Grosso do Sul, onde
não há a ocorrência de jazidas auríferas, a ocupação foi realizada devido a
interesses estratégico militares.
A consolidação
da região, de forma articulada, a uma base econômica expressiva aconteceu após
a Guerra do Paraguai em função da erva-mate e da dinamização da pecuária
tradicional.
Presente em
Mato Grosso do Sul desde o primórdio, a migração das mais diversas regiões do
país contribuiu para o seu desenvolvimento e com as características culturais
do povo deste Estado.
Os mineiros
vindos da região de Uberaba chegaram ao Estado em busca de negócios, pois, eles
tinham papel importante com a atividade da pecuária, além de ter familiaridade
em semear povoados e interesses comerciais.
Em Paranaíba,
cujos domínios se estendiam até o Rio Paraná, foi freqüente a presença de
paulistas especialmente os da Vila Franca de Imperador e Botucatu.
Pela fronteira
paraguaia, chegaram ao sul de Mato Grosso, na década de 1.890, os gaúchos que
se refugiaram das turbulências políticas que aconteciam no Rio Grande do Sul.
O surgimento
dos mascates, que garantia a distribuição de mercadorias promovendo o comércio,
abriu portas para os imigrantes que chegavam descapitalizados, em busca de
oportunidades. Em Corumbá, vieram muitos turcos, sírios e libaneses que
consolidaram negócios na região.
Com o tempo a
base comercial, outrora sediada em Corumbá, transfere-se aos poucos para a
capital, Campo Grande, com contribuição da visão estratégica dos árabes.
No censo
demográfico de 1.920, os estrangeiros representavam apenas 9,12% da população,
entretanto, eles contribuíram para uma influência decisiva na vida das cidades
do Estado. Os japoneses porque participavam da construção da ferrovia, fatos
primordiais da identidade campograndense e os árabes porque lhe agregaram uma
nova função, que passa a ser um de seus traços, o de centro do comércio
regional.
A estes seguem
os portugueses, italianos e espanhóis que vieram em busca de oportunidades.
Chegam também os armênios e palestinos, além de paraguaios e bolivianos que,
dada a proximidade com seus países de origem, tinham aqui uma oportunidade para
emigrar. Cada grupo contribuindo do seu jeito com suas características para a
diversidade e riqueza cultural do Estado de Mato Grosso do Sul.
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